REPERCUSSÕES PSÍQUICAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PARA A HISTÓRIA DE VIDA DAS MULHERES: uma análise a partir do Sistema Único de Saúde (SUS)
Palavras-chave:
Violência Obstétrica, Psicologia da Saúde, Sistema Único de Saúde (SUS).Resumo
A violência obstétrica constitui-se num fenômeno legitimado por indicadores sociais, culturais, econômicos, políticos, étnicos e raciais. Trata-se de uma importante demanda de saúde pública para o Sistema Único de Saúde (SUS). A centralidade deste estudo recai no reconhecimento desse tipo de violência como uma realidade que repercute na estruturação psíquica da gestante, do bebê, da família e de toda a sociedade. De natureza qualitativa, objetiva identificar os sentidos e os significados desse processo para a história de vida das mulheres a partir do arcabouço teórico-metodológico da Psicologia enquanto ciência e profissão, com a concomitante elaboração de propostas interventivas, com ênfase na reconfiguração dessa realidade. Os resultados encontrados apontam para uma legitimação da violência obstétrica como uma demanda natural e naturalizada; mesmo havendo legislações estaduais que tipificam e punem essa prática, são notórias as repercussões psíquicas dessa modalidade de violência, sobretudo para a história de vida das mulheres e as possíveis intervenções no campo da Psicologia, enquanto ciência e profissão. Por fim, destaca-se o compromisso ético-profissional da Psicologia com a reconfiguração dessa realidade, reafirmando práticas humanizadas dentro do SUS, a partir da desconstrução da violência obstétrica para experiências pautadas pelo respeito à subjetividade, à autonomia e à cidadania.