A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO PARA A CONSTRUÇÃO DO CUIDADO EM PSICO-ONCOLOGIA COM PACIENTES, FAMILIARES E CUIDADORES NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Palavras-chave:
Psico-Oncologia, Psicologia Hospitalar, HumanizaçãoResumo
O câncer tem sido uma das maiores causas de mortalidade no cenário da saúde pública. Constitui, portanto, uma demanda relevante para análise e intervenção no campo da Psicologia, enquanto ciência e profissão. Objetivou-se identificar e reconhecer as contribuições da Psicologia no campo teórico e prático, para pacientes oncológicos, com análise extensiva a seus familiares e cuidadores. De natureza qualitativa, trata-se de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir do levantamento bibliográfico em bases de dados científicos, publicados no período de 2016 a 2020, a partir de critérios de inclusão e exclusão, previamente definidos. Os resultados alcançados apontam para os seguintes achados: o ciclo vital é marcado continuamente pelos elementos existentes no processo saúde-doença, com ênfase na expressão das características subjetivas que acarretam uma forte influência sobre a vida dos indivíduos. Cada paciente oncológico experiencia o processo de adoecimento oncológico a seu modo e intensidade, mas é unânime entre eles as repercussões psíquicas advindas dessa vivência. A vida do paciente e de sua família é reconfigurada pelo contexto de adoecimento, demandando, em alguns casos, a entrada de um cuidador sem vínculos consanguíneos com o paciente. Tanto os familiares quanto os cuidadores carecem de assistência psicológica continuada, pois lidar com a situação de adoecimento por câncer é traumática e desencadeadora de sofrimento psíquico individual e coletivo. A Psicologia, no âmbito da saúde tem destacado, com relação às estratégias desenvolvidas quanto ao cuidado do paciente oncológico, juntamente com o acolhimento das queixas e dúvidas dos familiares, para o fortalecimento do paciente diante da rotina diária do tratamento, como também para amenizar os possíveis sinais de desenvolvimento de doenças psicossomáticas. Conclui-se que a Psicologia, enquanto ciência e profissão, é imprescindível para a amenização do sofrimento advindo do contexto de adoecimento oncológico. As intervenções qualificadas com os pacientes, familiares e cuidadores contribuem para a ressignificação da dor. Fortalecer as políticas públicas de saúde para a efetivação de ações de promoção da saúde com a população constitui um desdobramento indispensável para este cenário de identificação tardio dos diagnósticos. O compromisso da Psicologia com a vida fundamenta-se na defesa da construção do cuidado integral e humanizado da saúde, tanto para os pacientes, como para familiares, cuidadores e trabalhadores expostos a situações de adoecimento.